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rir con nos

Publicamos frequentemente uma newsletter com a intenção de provocar um sorriso ou dois. Na maioria das vezes, a vida de Web designer é divertida e gratificante mas, por outras, também pode ser o oposto. Esperamos que lhe agrade tanto quanto a nós. Quando as situações reais aconteceram, não conseguimos ver o lado engraçado das mesmas. Quase chorámos, mas não foi de tanto rir.

Como pode um projecto de web design tornar-se num pesadelo
 
Ao início tudo são sorrisinhos. O cliente diz que precisa de um site. O Web designer cria expectativas. Toda a gente fica excitada e feliz, e bebe-se um copo para celebrar o negócio. O cliente diz como acha horrível o site que já tem, e como está ansioso pelo novo site.
 
O web designer faz uma nova concepção do site do cliente. O cliente diz que adora.
 - Está fantástico - diz. O Web designer como é modesto, sorri.
 O cliente diz: - Gosto muito do site, mas acho que gostaria de fazer só umas pequenas alterações. E explica:
- Consegue colocar mais movimento no design? E consegue torná-lo um pouco mais enérgico? Não me parece muito bem.
 
*Nota do autor: Esta situação realmente já me aconteceu. Até este dia, eu não sabia como fazer um site mais movimentado ou mais enérgico, e continuo sem conseguir criar sites baseados nos sentimentos dos outros.
 
As “pequenas” alterações começaram a aumentar e rapidamente deixaram de ser assim tão insignificantes

O cliente diz: - Sabe, estive a pensar e parece-me que a outra fonte era melhor, por isso quero mudar para a Century Gothic. Também consegue fazer com que as imagens tenham movimento e fiquem maiores se alguém clicar sobre elas? - O site também está muito “linear” – A única coisa que vejo quando olho são linhas – Pode tirá-las?

*Nota do autor: Foi isto mesmo que um cliente me disse. O site não tem linhas nenhumas, nem sequer uma única palavra está sublinhada. Ao que ele pretendia referir-se era, na verdade, às formas rectangulares criadas pelas tags <div> e <p>

 
O cliente começa a envolver várias pessoas

O cliente consola o Web designer e diz:
– O site está giro, só quero ter o feedback e as opiniões de um amigo, de alguém que tem um negócio semelhante ao meu, do meu contabilista, do meu coelhinho de estimação… O cliente continua, explicando que também falou com a sogra, que tem bom olho para o design e para as cores.
- Ela uma vez fez o folheto para a nossa venda de coisas em 2ª mão quando eu era pequeno (1972)
 
Agora o cliente apresenta-me à sogra que, neste momento, me explica que o rosa seria uma boa cor para usar, porque o rosa faz as pessoas sentirem-se bem. E talvez eu devesse também pôr um gatinho ou um cãozinho algures no site.
 - Toda a gente gosta de gatinhos e de cãezinhos, diz ela.
 
*Nota do autor: Isto aconteceu mesmo. Um cliente envolveu a sogra na concepção do site para que ela me desse opiniões e fizesse críticas.
 
Quando se chega a este ponto, o suposto web designer já não o é

O Web designer agora não passa de um cursor de rato dentro de um programa de design gráfico, que o cliente controla por e-mail, fax ou quando lhe diz o que deve fazer por telefone.
 
*Nota do autor: Uma vez um cliente agarrou no meu protótipo e redesenhou-o no Photoshop para depois mo enviar. À 14ª vez tive de lhe dizer para se ir embora e para procurar outro Web designer. Despedi o cliente.
 
 
O website tornara-se numa ultrajada abominação da ideia original
 
O cliente esquecera-se completamente de que tinha contratado o Web designer para lhe criar um bom produto.

Se o web designer fosse um engenheiro que desenhasse turbinas de aeronaves para transporte de passageiros, pergunto-me se o cliente também teria interferido.